Entrevistado pelo Diário de Notícias, no seguimento dos graves acontecimentos do último Domingo perto da rotunda das palmeiras, lugar de Vila Chã, junto ao bairro Santa Filomena, onde dois polícias foram atingidos a tiro de caçadeira , o presidente da câmara da Amadora, Joaquim Raposo, defende uma política de combate à insegurança sentida no concelho, baseada em três vectores essenciais:
- a instalação de sistemas de videovigilância nos bairros considerados perigosos.
De acordo com Joaquim Raposo, a autarquia a que preside elaborou um estudo conjuntamente com a PSP com o objectivo de identificar os locais mais problemáticos do concelho para a instalação de câmaras de videovigilância.
"Apresentámos há alguns meses uma proposta ao ministério da Administração Interna, que por sua vez a passou à Comissão Nacional de Protecção de Dados, para a instalação de 136 câmaras em bairros da Amadora e continuamos a aguardar resposta".
"Há zonas que são mais criticas, nomeadamente onde existe maior aglomerado de pessoas, como as novas urbanizações, e esses requerem outro tipo de intervenção [policial] para impor maior respeito para que as pessoas se sintam mais seguras".
"Há zonas que são mais criticas, nomeadamente onde existe maior aglomerado de pessoas, como as novas urbanizações, e esses requerem outro tipo de intervenção [policial] para impor maior respeito para que as pessoas se sintam mais seguras", adiantou.
- aumento do número de efectivos que permitirá aumentar o patrulhamento policial e melhores condições para que estes possam desempenhar as suas funções
- novas apostas sociais que passam pela área da formação nas escolas e na ocupação dos jovens através do desporto.
Para Joaquim Raposo, este caso de domingo à tarde, é o reflexo "questões sociais que resultam de um desinvestimento de vários anos na cobertura, deficiente, da rede de creches e de pré-escolar".
"Deve haver apostas nestas áreas para que os jovens tenham ocupação. A videovigilância associada a programas para ocupar os miúdos ia contribuir bastante para diminuir a insegurança", considerou.
Fonte DN (clique aqui) para ler a notícia na integra
OPINIÃO EM JEITO DE COMENTÁRIO:
Na minha opinião a visão que o Presidente da CMA tem desta delicada questão é a mais adequada.
Por um lado temos que combater este flagelo neste preciso momento, não dando tréguas aos prevaricadores, daí a necessidade de se pensar seriamente na instalação de videovigilância em locais estratégicos, de dotar-se as esquadras da Amadora de um maior número de efectivos e de proporcionar à polícia melhores meios, formação e condições de trabalho.
Por outro lado temos que pensar que a deliquência e violência juvenil não surge do nada. Existem motivos que a explicam.
Se queremos que os meninos que hoje crescem nos bairros mais problemáticos da Amadora não sejam futuros delinquentes temos que os "agarrar", promovendo a sua integração social, com referências e valores, como mote para que sintam que podem ter um futuro. A integração social, consubstanciada na implementação no terrenos de várias programas de cariz sócio-educativo, só por si, podem não resolver todos os problemas destas crianças, mas, sem dúvida, concorrem para a diminuição dos "factores de risco" que potenciam a delinquência.
Se não o fizermos estas as crianças em risco são forçadas a tornarem-se adultos mais cedo, "sem referências ou valores" e alguns poderão seguir os enveredar pelo caminho do crime. O investimento e intervenção social nesta área é determinante para que possamos inverter, a médio prazo, o ciclo crescente de violência que se vai apoderando das sociedades modernas.
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