O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, defendeu dia 7/06/2011, que a Portugal cabe "simplesmente implementar o programa" acordado com a troika .
Apontando que as recomendações são feitas "à medida para cada país, já que reflectem o facto de os desafios variarem muito de Estado-membro para Estado-membro", Rehn observou, em Estrasburgo, que ainda assim "é possível distinguir três categorias" de países: os que já negociaram programas com UE e FMI, aqueles que não precisam de ajuda externa mas têm graves problemas orçamentais e de competitividade, e aqueles cujos problemas de dívida são menos urgentes e têm as contas públicas em ordem.
"Aos primeiros, recomendamos simplesmente que implementem o programa com determinação e resultados concretos", declarou, referindo-se a Grécia, Irlanda e Portugal.
Fonte comunitária já havia explicado à Lusa que as orientações e medidas que Portugal tem de tomar nos próximos meses já estão contidas no memorando assinado entre a 'troika' internacional (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) e o Governo de José Sócrates.
As "recomendações" hoje apresentadas pela primeira vez, que se baseiam na nova "coordenação económica reforçada" entre os Estados-membros e são feitas ao ritmo do "semestre europeu", serão discutidas e avalizadas pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia na reunião que vão ter a 23 e 24 de Junho em Bruxelas.
In Económico com Lusa 07/06/11 16:26 (Clicar)
Deve-se realçar que estas declarações proferidas por Olli Rehn foram feitas depois de conhecidos os resultados eleitorais, resultantes da última Eleição para a Assembleia da República, de 5 de Junho.
Isto significa que os portugueses devem estar especialmente atentos ao novo governo. Ainda antes de tomar posse e mesmo durante a campanha eleitoral, Passos Coelho foi explicando que pretende aplicar as políticas da troika e ir mais além. Que queria ele dizer com "ir mais além"?
Será a aplicação da liberalização dos despedimentos selvagens, sempre que o patrão quiser?
Serão ainda mais cortes na Escola Pública e o despedimento de milhares de professores?
Será a privatização parcial da Saúde e/ou Segurança Social?
Será a privatização da CGD, que além de dar lucros consideráveis, representa importância estratégica para a estabilidade do sistema financeiro nacional e para o financiamento da economia, como aliás se viu aquando das mega- fraudes, realizadas por antigos políticos, em vários bancos privados?
Será a privatização da RTP, quando todos os países europeus têm, pelo menos, um canal público de TV?
Fica a dúvida! Estejamos atentos e vigilantes!